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Cooperativa de Seguro Automotivo: É Confiável?

cooperativa de seguro automotivo é confiável

Você já ouviu falar em cooperativas de seguro automotivo? Essas entidades têm ganhado cada vez mais adeptos no Brasil, principalmente por oferecerem preços mais acessíveis do que os seguros tradicionais. Mas será que são realmente confiáveis? Neste artigo, vamos explorar o que são as cooperativas de seguro, como funcionam, suas vantagens e desvantagens, e o que a SUSEP diz sobre elas, para que você possa tomar uma decisão informada.

O que é uma cooperativa de seguro automotivo?

Uma cooperativa de seguro automotivo, também conhecida como proteção veicular, é uma associação formada por um grupo de motoristas que se unem para compartilhar os riscos e custos associados a sinistros de trânsito. Diferentemente dos seguros tradicionais, onde uma empresa seguradora assume o risco, nas cooperativas, os próprios membros são responsáveis por cobrir os prejuízos uns dos outros.

Funciona da seguinte maneira: cada membro paga uma mensalidade fixa, que é depositada em um fundo comum. Quando um sinistro ocorre com um dos veículos, o valor necessário para reparos ou indenização é retirado desse fundo. Se o fundo não tiver saldo suficiente, os custos são divididos entre todos os membros, que podem ver seu valor de mensalidade aumentar temporariamente.

Uma das principais diferenças em relação ao seguro auto tradicional é que as cooperativas não realizam análise de risco individual. Isso significa que motoristas considerados de alto risco por seguradoras tradicionais podem aderir a uma cooperativa sem problemas.

Como funciona uma cooperativa de seguro?

O funcionamento das cooperativas de seguro é baseado no conceito de mutualismo. Os associados contribuem regularmente para um fundo coletivo, que é gerenciado pela cooperativa. Esse fundo é usado para cobrir despesas relacionadas a colisões, furtos, roubos ou outros sinistros previstos no regulamento da associação.

Diferentemente das seguradoras, que utilizam cálculos estatísticos para determinar prêmios com base no perfil do motorista, as cooperativas baseiam suas taxas no valor do veículo (geralmente pela tabela FIPE) e nas necessidades operacionais do grupo. Não há apólice de seguro formal, mas sim um contrato de adesão que define os direitos e deveres dos membros.

Em caso de sinistro, o associado aciona a cooperativa, que avalia o caso e utiliza o fundo para cobrir os custos. Se o fundo estiver baixo, pode haver um rateio, ou seja, uma cobrança extra para todos os membros.

Vantagens das cooperativas de seguro

As cooperativas de seguro automotivo atraem muitos motoristas por oferecerem benefícios que parecem irresistíveis à primeira vista. Vamos dar uma olhada nos principais:

  1. Custos mais baixos: As cooperativas podem ser até 70% mais baratas do que os seguros tradicionais. Por exemplo, segundo a Quatro Rodas, um Gol 1.6 pode custar R$ 2.748 por ano em uma cooperativa, contra R$ 3.257 em uma seguradora como a Bradesco.
  2. Acesso para todos: Como não há análise de risco, motoristas com histórico de acidentes, multas ou que dirigem em áreas de alto risco podem aderir facilmente.
  3. Serviço rápido: Alguns associados relatam que o atendimento, como reboque e assistência, é ágil, às vezes mais rápido do que em seguradoras tradicionais.
  4. Sem burocracia: Muitas cooperativas, como a APVS, destacam a ausência de processos burocráticos, facilitando a adesão.

Tabela de Comparação de Preços (Anual, em R$)

ModeloBradescoPorto SeguroAuto Visa Rio*AGPV do Brasil*
Gol 1.63.2577.7442.7481.920
Uno 1.0 Evo2.4616.6422.2281.920
Golf 1.4 TSIRecusado14.1554.1883.360
HR-V 1.8 EXLRecusado15.7644.6683.960

*Valores são a soma de 12 mensalidades. Fonte: Quatro Rodas.

Desvantagens das cooperativas de seguro

Apesar das vantagens, as cooperativas de seguro também têm seu lado negativo, e é importante conhecê-lo antes de tomar uma decisão:

  1. Falta de regulação: As cooperativas não são fiscalizadas pela SUSEP, o que aumenta o risco para os consumidores. Segundo a SUSEP, muitas operam ilegalmente ao oferecerem serviços de seguro sem autorização.
  2. Riscos financeiros: Sem reservas financeiras obrigatórias, como as exigidas das seguradoras, o fundo comum pode se esgotar em caso de muitos sinistros, levando a rateios inesperados.
  3. Qualidade dos serviços: Há reclamações frequentes sobre reparos malfeitos, demoras na indenização e até falta de pagamento, conforme relatado pela Quatro Rodas.
  4. Possibilidade de fraudes: Algumas cooperativas podem não ser idôneas. Um exemplo é o caso de uma fraude de R$ 650 milhões em Belo Horizonte, mencionado pela Minuto Seguros.

O que diz a SUSEP sobre cooperativas de seguro?

A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é clara: cooperativas que comercializam serviços de seguro sem autorização estão operando ilegalmente. De acordo com a SUSEP, essas entidades só podem atuar como estipulantes, contratando apólices coletivas junto a seguradoras devidamente licenciadas.

A falta de regulação significa que não há garantias financeiras ou técnicas para os associados, e os consumidores não estão protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor em caso de problemas. A SUSEP recomenda verificar se a entidade está licenciada no site oficial da agência antes de contratar qualquer serviço.

Como escolher uma cooperativa de seguro confiável?

Se você está considerando aderir a uma cooperativa de seguro automotivo, aqui estão algumas dicas para minimizar os riscos:

  1. Pesquise a reputação: Consulte avaliações de outros associados em plataformas como o Reclame Aqui. Veja se há muitas reclamações sobre atrasos ou não pagamento.
  2. Verifique a transparência: Exija informações claras sobre o funcionamento do fundo comum, os procedimentos para sinistros e os direitos dos membros.
  3. Leia o contrato: Antes de assinar, entenda todos os termos do regulamento da cooperativa, incluindo o que acontece em caso de rateio.
  4. Confira o suporte: Certifique-se de que a cooperativa oferece assistência 24 horas e tem uma rede de oficinas confiáveis.
  5. Compare opções: Avalie os custos e benefícios de diferentes cooperativas e, se possível, compare com seguros auto tradicionais. Sites como ComparaOnline podem ajudar a encontrar seguradoras regulamentadas.

Vale lembrar que, mesmo com essas precauções, as cooperativas apresentam riscos inerentes devido à falta de regulação. Considere se a economia vale o potencial transtorno.

Conclusão

As cooperativas de seguro automotivo podem ser uma alternativa interessante para quem quer economizar, especialmente para motoristas que enfrentam dificuldades para contratar um seguro auto tradicional. No entanto, a falta de regulação pela SUSEP, os riscos financeiros e as possíveis falhas no atendimento são pontos que pesam contra.

Se você optar por uma cooperativa, faça uma pesquisa detalhada, verifique a reputação da entidade e entenda bem os termos do contrato. Por outro lado, os seguros tradicionais, embora mais caros, oferecem maior segurança e tranquilidade, graças à fiscalização e às reservas financeiras das seguradoras.

No fim das contas, a escolha depende do seu orçamento, do seu perfil de risco e do quanto você está disposto a pesquisar. O importante é não deixar seu veículo desprotegido e tomar uma decisão bem informada.

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